MEDO
DE PERDER, é o que nos bloqueia nesta vida e não nos permite a total
realização a todos os niveis. O texto que se segue pode ser um pouco
longo, mas garanto que quem busca o equilibrio é o texto indicado. Tudo
se baseia na lei da Atracção.
Este texto foi retirado de : http://www.lunaeamigos.com.br/mensagens/m edo_de_perder.htm
"Medo de Perder
Antonio Roberto Soares
Um
dos maiores obstáculos para uma vida harmônica, plena, mais expressiva e
significativa é o medo de perder, sobretudo medo de perder alguém, o
medo de perder quem dizemos amar: cônjuge, filhos amigos, patrão,
empregado, cliente... Esta emoção é a principal responsável pelo nosso
sofrimento vital.
O
medo de perder é o medo de tornarmos dispensáveis para a pessoa com a
qual estamos nos relacionando, ele se reverte de mil e uma formas,
aparece sobre mil disfarces, como o medo de sermos criticados, que falem
mal de nós, medo de que nos humilhem, de sermos rejeitados, de não
sermos importantes, de sermos menos prezados, de não sermos amados, medo
da solidão, e tudo isso pode ser designado por uma palavra : C I Ú M E S
!
O
ciúme é o medo de não ter alguém, de não possuir alguém, de não ser
dono de alguém. Na relação ciumenta colocamos: nós e o outro como
objetos, nesta relação pessoas e objetos são a mesma coisa. No ciúme
temos medo de um dia sermos considerados inúteis, dispensáveis a outra
pessoa, esta é a emoção do apelo, confusa, misturada, dependente e o que
agrava é que na nossa cultora aprendemos como se o ciúmes sendo amor, e
ele é justamente o oposto do amor pois na relação amorosa existe
identidade, eu sou independentemente de você, na relação ciumenta, por
outro lado, perde-se a identidade: eu sem você não valho nada, você é
tudo para mim.
O
amor é solto, é livre, vem de querência intima, está diretamente ligada
ao sentimento de liberdade, de opção, de escolha. O ciúme prende,
amarra, condiciona, determina, com essa emoção eu já não sou eu, sou o
que o outro quer que eu seja.E eu sou assim para que ele seja aquilo que
eu quero que ele seja.
No
ciúme há um pacto de destruição mútua, cada qual, usa o outro como
garantia de que não estará sozinho. Eu me abandono para que o outro não
me abandone, eu me desprezo para que o outro não me despreze, eu me
desrespeito para que o outro não me desrespeite, eu acabo me destruindo
para que o outro não me destrua.
O
ciúme é o medo de ser dispensável a alguém, e o mais grave talvez
esteja aqui, nós passamos a vida inteira com medo de tornarmos algo que
nós já somos: TOTALMENTE DISPENSÁVEIS!
O
homem por definição é dispensável, transitório, efêmero, aquilo que
passa, e isso é bastante real. Em todas as relações que temos somos
hoje, somos substituíveis! O mundo sempre existiu antes de nós, está
existindo conosco e continuará existindo sem nós. Somos necessários aqui
e agora, mas seremos dispensáveis além e depois.
O
medo de ser dispensáveis a alguém é o mesmo medo que temos da morte,
que é real, pois o medo da morte é o ciúme da vida, é a vontade irreal
de sermos eternos e imutáveis. O medo de perder nos dá a entender que as
coisas só valem se forem eternas, se forem permanentes e duráveis.Uma
relação só tem valor se tivermos garantia de que a vida sempre será
assim como é. E, como tudo é transitório, como tudo é passível de
transformação, o medo de perder nos leva a um estado contínuo de
sofrimento.
As
conseqüências do ciúme são muito claras. Se eu tenho medo de que me
abandonem, de que não me amem, de me tornar dispensável, ao invés de
fazer cada vez mais para que cada vez mais eu seja melhor, acabo
gastando toda a minha energia para provar ao outro que eu já sou o mais,
que eu já sou o melhor, que eu já sou o primeiro!
Ao
invés de empenhar esforços para ser um cônjuge, um filho, um amigo, um
pai ou uma mãe cada vez melhor, eu gasto toda a minha energia tentando
provar a eles: que eu sou o melhor cônjuge do mundo, o que é uma
mentira; o melhor filho do mundo, o que é uma mentira; o melhor pai ou
mãe do mundo, o que é uma mentira; o melhor amigo do mundo, o que é uma
mentira; e assim por diante...
O
ciúme no conduz ao delírio da onipotência, os nossos atos, nossas
iniciativas, a nossa conversa, o nosso comportamento, as nossas
considerações, tudo isso é para mostras ao outro que já somos bons,
capazes e perfeitos. Aqui está a diferença básica e fundamental entre o
medo de perder e a vontade de ganhar.
O
medo de perder é assim... Ganhamos, ninguém vai nos tomar o que já
possuímos, para conservarmos o que já ganhamos... E com isso nós já
chegamos ao ponto máximo, só temos que perder.
À
vontade de ganhar por outro lado, é assim... Estaremos sempre ativos,
descobrindo oportunidades do ganho, procuraremos ganhar cada vez mais em
vez de nos preocupar com possíveis perdas.
O que temos de mais sagrado é a nossa própria vida esta nós já vamos perder, todas as outras perdas são secundárias.
O
medo de perder é reativo, defensivo, justificativo! As pessoas
ciumentas estão sempre se prevenindo para não perder, sempre se
preparando, sempre se conservando.
As
pessoas, com vontade de ganhar estão sempre optando, arriscando, o medo
de perder é a vivência do futuro, é a vivência antecipada do futuro, é
preocupação. À vontade de ganhar, por outro lado, é a vivência do
presente, é a vivencia da beleza do presente.
Em
tudo, a cada momento existem riscos e existem oportunidades. No medo da
perda a pessoa só vê os risco, na vontade de ganhar a pessoa também vê
os risco, mas, sobretudo, vê as oportunidades. Cada momento da vida é um
desafio para o crescimento. A vontade de ganhar, a qual nos referimos,
não significa ganhar de outra pessoa, e sim ganharmos de nós mesmos, ser
cada vez mais, estar disposto a dar um passo a frente, estar sempre
disposto a crescer um pouco mais. É importante termos para nós, que hoje
podemos crescer um pouco mais do que éramos ontem, que ninguém chegou
ao seu limite máximo, que idade adulta não significa que chegamos ao
máximo de nossas potencialidades, não existe pessoa madura, existe sim,
pessoas em amadurecimento.
Todo
nosso crescimento se dá por uma paralisação de nosso crescimento
pessoal, e cada um de os sabe muito bem onde paralisou, onde nossa
energia está bloqueada, onde não está tendo expansão de nossa própria
energia.
Ainda,
não vimos até hoje, um relacionamento se deteriorar sem a presença
marcante do ciúme, do desejo de sermos donos da outra pessoa, de ter
poder e controle sobre as ações e até dos pensamentos da pessoa que
dizemos amar!
O
ciúme é a doença do amor, é um profundo desamor a si mesmo e
conseqüentemente um desamor ao outro, pelo ciúme se estabelece uma
relação entre dominador x dominado. O ciúme é a dor da incerteza com
relação ao sentimento de alguém no futuro. É a raiva de não possuir a
segurança absoluta do relacionamento no futuro, é a tristeza de não
saber o que vai acontecer amanhã. Alías, o que dói no ciúme, é a
insegurança do futuro, é a insegurança do desconhecido. A loucura está
aí, passamos a vida inteira tentando conseguir o que jamais
conseguiremos: segurança... Pois ela não existe! Ser seguro não acabar
com a insegurança, mas aceita-la como inerente à natureza humana.
Ninguém pode acabar com o risco do amor, por isso só é possível estar em
estado de amor quando sabemos estar em um estado de risco!
Desperdiçamos o único momento que temos, que é o A G O R A,
em
função de um momento inexistente: o F U T U RO ! Parece que as pessoas
só valem para nós amanhã, no futuro. Nós não curtimos o relacionamento
hoje com nosso cônjuge, com os filhos, com s amigos sofrendo pela
possibilidade de um dia não sermos queridos por eles. O filho, por
exemplo, parece que só nos é importante amanhã, quando crescer, quando
se formar, quando casar, trabalhar, etc... Até hoje, não conhecemos um
pai que estivesse preocupado com o futuro do filho que estivesse
brincando com eles. Em geral, não tem tempo porque estão muito ocupados
em assegurar aos filhos um futuro brilhante!
O
ciúme é a incapacidade de vivermos a gratuidade da vida. Hoje é o
primeiro dia do resto de nossa vida, querendo ou não! Hoje estamos
começando, e viver é considerar cada segundo de novo, a cada dia o seu
próprio cuidado, o medo daquilo que nos pode acontecer, tira nos a
alegria de estar aqui e agora. O medo da morte tira a vontade de viver, o
medo de perder alguém tira a beleza de estar com ela agora, alias
quando se tem medo de perder alguém é porque pensamos que as pessoas são
nossas, ninguém pode perder o que não tem.
Cada
pessoa é única e exclusivamente dela mesma,podemos perder um livro, um
isqueiro, uma bolsa, porém jamais podemos perder uma pessoa.
O
sinônimo do medo de perder é a obsessão pelo primeiro lugar, colocamos
nos ombros a tarefa impossível de sermos sempre os primeiros em todos os
lugares e em todas as circunstâncias. Se for em casa, queremos ser o
primeiro, se for no trabalho, também o primeiro, num assunto específico
queremos ser o primeiro, em outro assunto qualquer sempre o primeiro. O
1o lugar é amarelante, deteriorante, ao passo que o 2o lugar é
esperançoso, é enverdejante, pois quando alguém chega ao cume da
montanha só lhe resta um caminho a seguir: COMEÇAR A DESCER!!
No
2o lugar, ainda temos para onde ir, para onde crescer, a postura do 2o
lugar nos leva ao crescimento contínuo, porque você se decreta em 2o
lugar mesmo que esteja eventualmente o 1o lugar perante a sociedade.
O
2o lugar não em relação ao outro, mas em relação a nós próprios, ou
seja, ainda teremos por onde crescer e melhorar. Você sabe por que o mar
é tão grande? É porque ele teve a humildade de se colocar alguns
centímetros abaixo de todos os rios do mundo, sabendo receber tornou-se
grande, se quisesse ser o 1o e se colocasse alguns centímetros de todos
os rios da terra, não seria o mar, mas uma ilha, toda a sua água iria
para os outros, e ele estaria isolado...
Além
disso, a perda faz parte, a queda faz parte, a morte faz parte, é
impossível viver satisfatoriamente se não aceitamos a queda, a perda, a
morte o erro, precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.
Não é possível saber ganhar sem saber perder, não é possível saber andar
sem saber cair, não é possível viver sem saber morrer!
Em
outras palavras, se temos medo de cair, andar será muito doloroso; se
temos medo de morrer, a vida será muito ruim; se temos medo de perder, o
ganho nos enche de preocupação!!!
Esta
é a figura do fracasso dentro do sucesso, pois quanto mais ganha,quanto
mais melhora na vida, mais sofre. Para a pessoa que tem medo de ficar
pobre, quanto mais dinheiro obtém mais preocupado fica. Para a pessoa
que tem medo do fracasso, quanto Mais sobe na escala social, mais
desgraçada é a sua vida.
Agora,
se você aprende a perder, a cair, a errar e a morrer, ninguém o
controla mais, pois o máximo que pode acontecer a você é cair, é perder,
é errar, é morrer e isso você já sabe!!
(Texto retirado da fita Rosa Cruz - Desenvolvimento Comportamental)"
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