M31 = Andromeda e NGC4314
No entanto, podemos ter alguma idéia sobre a localização dos braços espirais usando objetos que sejam mapeadores da estrutura espiral. Existem dois tipos básicos de mapeadores: os mapeadores óticos, que são objetos brilhantes como estrelas OB, regiões HII e estrelas cefeidas variáveis, e os mapeadores em rádio. O principal traçador em rádio é a linha de 21cm do hidrogênio neutro. Como o hidrogênio neutro existe em grande abundância na Galáxia, essa linha é observada em todas as direções.
As observações tanto no óptico como no rádio indicavam que nossa Galáxia teria quatro braços espirais principais. O Sol está na borda interna de um braço pequeno chamado "braço de Órion", que contém, entre outros aspectos marcantes, a Nebulosa de Órion. Internamente ao braço de Órion, encontraria-se o braço de Sagitário, e externamente o braço de Perseu. O quarto braço, Norma, parecia estar entre o braço de Sagitário e o centro galáctico, mas é muito difícil de detectar por ter sua emissão misturada à emissão do centro da Galáxia.
Concepção artística de como seria nossa Galáxia se vista de cima, mostrando uma barra, como indicada pelas observações no infravermelho pelo satélite Spitzer [NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC)]. As observações de 2008 são consistentes com somente dois braços.
A causa da estrutura espiral ainda não está bem definida. A idéia inicial a respeito disso era de que os braços espirais seriam braços materiais formados pela rotação diferencial. Como o material mais distante do centro tem menor velocidade de rotação do que o mais próximo do centro (movimento kepleriano), uma pequena perturbação no disco naturalmente se espalharia em forma espiral. Então, onde está a falha do modelo? Acontece que as observações de estrelas velhas indicam que a Via Láctea deve ter no mínimo 12 bilhões de anos. Nesse tempo o material nas vizinhanças do Sol já deve ter executado cerca de 20 rotações em torno do centro galáctico, e após 20 rotações, esperar-se-ia que os braços espirais estivessem muito mais enrolados do que as observações indicam.
Um passo importante no estudo da estrutura espiral foi a teoria de ondas de densidade, desenvolvida por Chia Chiao Lin (1916-) e Frank Hsia-San Shu (1943-) nos anos 1960 (1964, Astrophysical Journal, 140, 646).
Esta teoria explica de maneira natural porque estrelas jovens, nuvens moleculares e regiões HII são encontradas nos braços espirais. Quando o gás passa pela onda, ele é comprimido fortemente até que a gravitação interna cause o colapso e a formação de estrelas. Durante os 107 anos que leva para o material passar pelo braço espiral, as estrelas mais quentes e massivas (O e B) já terminaram sua evolução, e as regiões HII já desapareceram.
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